20 de out. de 2011

daquilo que pode ser

I

o silêncio nesse caso
é distância.

em outros pode ser
que também seja.

aí não me cabem.


já é difícil dar
conta deste que
veio e exigiu presença.


II

quando se aceita o que vem dentro da gente


a vida parece voltar a ser simples.



III

antes,
agonia.

medo do que estava por vir.


a gente é capaz de criar o que não existe.


IV


o poema vem como ritual de passagem,
de limpar o que sufoca.

vem para esvaziar


porque todo mundo precisa de espaço
e de ausência de voz.


ítalo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que bela poesia. Parabéns poeta.

NDORETTO disse...

TODO O PROCESSO DO SENTIMENTO.
-VALHA-NOS,DEUS!

Mandou bem, Italo!

Cristiano Melo disse...

Como Poetas, criamos algo que não existia, ou já existia, vai saber, se tiramos o fator tempo, tudo já existe. E, no campo da distância, as letras viajam rápido, mesmo em silêncio, mesmo isolados.
E eu que viajo mais que escrevo...

(risos)
beijos

Larissa Santiago disse...

como diz Elisa Lucina, a poesia salva e te pega pela mão.

tudo lindo

bjs