12 de dez. de 2011

causas naturais



overdose
de vaidade
na veia
:
a velha
meia-verdade
morreu
inteira


valéria tarelho

7 comentários:

Ricardo Mainieri disse...

Para um belo poema, breve & enxuto, um comentário longa-metragem:

Da vaidade

Vai a idade
a esculpir valas no olhar
tingindo de neve os cabelos.

Vai a idade
carregando para longe
os sonhos tenros
endurecendo a alma.

Vai a idade
no entanto
nos tornando flexíveis
como bambu ao vento.


A idade vai
pacificando a vaidade
injeta experiência
relativizando imperfeições.

Para um espírito disforme
não existe maquiagem...

Dilmar Gomes disse...

Aqui, novamente a fusão da palavra à imagem.
Um abração. Tenhas uma linda semana.

valéria tarelho disse...

Grata, queridos Maini e Dilmar!

Maini ainda nos deu o prazer da leitura :)
Vaidade é saudável, o excesso é que contamina e no final das contas seremos todos esqueletos ou pó :/

Beijos, meninos!

NDORETTO disse...

Mandou bem,comadre, mandou bem!

Vamos nos plastificar , frente e verso....kkkkk)

Beijo!

NDORETTO disse...

_____________relendo...perfeitinho.
Rítmo e som. Você é foda._________
Beijos

Unknown disse...

... e a idade se esvai com ou sem a vaidade, fica a vida vazia...

Paulo Ednilson disse...

Val, sempre bom encontrar seus versos.

Sobre vaidade...

Lição das flores

aprendi com as flores
o que Narciso
não aprendeu com o lago

a beleza é tão efêmera
quanto frágil

tão superficial
quanto volátil

tão banal
quanto conceitual

tão sedutora
quanto dissimulada

sim...
foram as flores
que me ensinaram

a crueldade


do tempo
e do vento

Beijão

Paulo Ednilson